quarta-feira, 8 de junho de 2011

Estresse na infância pode causar o encurtamento dos telômeros?!?!?



Pois é, a novidade veio de um estudo realizado, a longo prazo, por pesquisadores americanos que fazem parte do Projeto de Intervenção Precoce de Bucareste, iniciado em 2000. O objetivo dos pesquisadores, depois de sugerir que os efeitos do estresse infantil poderia ser visível em seus DNAs à medida que crescessem, foi de comparar o desenvolvimento de crianças romenas criadas no ambiente estressante de um orfanato com crianças que tinham sido criadas por famílias de acolhimento as quais poderiam receber mais atenção e qualidade de vida individualmente.

O estudo começou, quando ainda na Romênia orfanatos estatais era m comuns, com um sistema de assistência social criado especialmente para realização desse projeto. 136 crianças de orfanatos entre 6 e 30 meses, metade foram escolhidas aleatoriamente para integrarem famílias e a outra metade permaneceu nos orfanatos. Feito isso os pesquisadores colheram amostras de DNA dessas crianças quando já estavam com idade entre 6 e 10 anos e mediram o comprimento de seus telômeros. Dessas amostras, foi possível notar que as crianças que passaram a infância no orfanato, pelo menos até quatro anos e meio, tinham seus telômeros mais curtos.

Os telômeros são porções terminais dos cromossomos, localizados nas extremidades dos mesmos. A cada divisão celular, especificamente quando os cromossomos se replicam, os telômeros ficam ligeiramente menores. Esse encurtamento dos telômeros, também está associado a uma série de doenças em adultos com diabetes.

Stacy Drury, psiquiatra clínica da Universidade de Tulane, em Nova Orleans, Lousiana, uma das autoras do estudo juntamento com Charles Nelson, da Havard Medical School e da Children's Hospital em Boston e mais alguns colegas, estão medindo o comprimento dos telômeros em crianças que sofreram menos estresse na infância. Mas afirmam que ainda não é possível fazer quaisquer comparações com o tamanho dos telômeros de crianças que são institucionalizadas ou não, pois ainda não se tem “um modelo normativo para o comprimento dos telômeros em crianças pequenas”.

Iiris Hovatta do Programa de Pesquisa de Biologia Molecular e Neurologia da Universidade de Helsinque, apesar de não fazer parte da pesquisa, sugere que os telômeros encurtados podem não ser permanente, “estudos em adultos mostram que o comprimento dos telômeros em alguns indivíduos aumenta ao longo do tempo, e isso tende a ocorrer em pessoas que têm telômeros mais curtos”, diz.



Foto ilustrativa de um cromossomo,

mostrando a localidade dos telômeros.







http://scienceblogs.com.br/brontossauros/2009/10/telomeros.php


Matéria tirada do site:

http://www.nature.com/news/2011/110517/full/news.2011.298.html?WT.mc_id=TWT_NatureNews&utm_source=feedburner&utm_medium=twitter&utm campaign=Feed%3A+yahoo%2FqUaz+%28Nature+news%29 .




Um comentário:

Fernanda Velasco disse...

É curioso como problemas psicológicos são capazes de influenciar no material genético de um indivíduo, mesmo depois de "formado".