terça-feira, 21 de junho de 2011

De mãe para filha

Eva Ottosson, uma britânica de 56 anos, poderá ser a primeira mulher a doar um útero para a filha que nasceu sem o órgão reprodutivo.


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Eva e sua filha, Sara, participaram de vários exames médicos e psicológicos na Suécia, junto a uma equipe de cientistas da Universidade de Gotenburgo, a fim de avaliar se poderiam participar do primeiro transplante de útero realizado em humanos, que deverá acontecer em 2012. Sara, de 25 anos, é portadora da Síndrome de Mayer Rokitansky Kuster Hauser, que fez com que ela nascesse sem o útero e parte da vagina. De acordo com o coordenador da equipe médica sueca, Mats Brannstrom, o transplante de útero é uma das operações mais complexas da medicina por se tratar de uma região de difícil acesso, sendo preciso evitar hemorragias e existir vasos sanguíneos suficientes para fazer a ligação útero. Com a operação, os médicos esperam que Sara consiga engravidar e gerar o filho no mesmo útero em que nasceu. Em entrevista à BBC, Eva diz reconhecer o risco da cirurgia e cita que, caso o procedimento não dê certo, a filha optará pela adoção de uma criança. “Eu e minha filha somos pessoas racionais. Nós duas acreditamos que é apenas um útero”, disse ao jornal The Telegraph. Já, se o transplante for bem sucedido e após passada a fase de recuperação, Sara pretende realizar o procedimento de fertilização in vitro, que consiste na implantação de óvulos fertilizados (no caso, pelos espermatozóides de seu namorado) dentro do útero. Porém, existem opiniões contrárias ao procedimento de transplante de útero. Artur Dzick, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, acredita que a operação representa um risco muito elevado, pois pode haver rejeição ou ocorrer de o transplante não dar certo, fazendo com que a paciente perca a oportunidade de gerar um filho dentro da barriga da mãe dela. Para Arthur, somente transplantes de órgãos vitais deveriam ser realizados, e completa dizendo que a paciente pode optar pelo útero de substituição, vulgarmente conhecido como barriga de aluguel. A única tentativa anterior de realização desse transplante ocorreu em 2000, na Arábia Saudita, onde uma mulher de 26 anos recebeu o útero de outra já falecida, que tinha 46 anos. O órgão precisou ser removido 99 dias mais tarde, por causa de complicações por hemorragia e coágulos. Sobre esse fato, Brannstrom acredita que poucas pesquisas foram feitas antes do procedimento e que as complicações foram decorrentes da cirurgia e afirma utilizar técnicas que evitam tais complicações.

Referências:


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