quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Técnicas de microscopia para uma boa fotografia



Para se obter uma boa fotografia do microscópio óptico é preciso ter uma altura e centralização da luz adequadas. O primeiro passo a se fazer para ajustar a luz do microscópio é fechar o diafragma da fonte de luz. O segundo passo é abaixar completamente o condensador (que é uma parte do microscópio que tem a função de direcionar os feixes de luz para a abertura da objetiva em questão). Depois que fechar o diafragma da fonte de luz, tem que descer todo o condensador e fechar o diafragma do condensador também. A partir destes dois passos iniciais, começa um bom ajuste para a luz. Vamos lá: 

Temos que achar a altura correta para o condensador: Com o mesmo botão que desceu o condensador, agora levanta o condensador, pois como o condensador direciona os feixes de luz para a objetiva, ele tem que estar posicionado corretamente, portanto se ele estiver muito abaixo, a luz fica com uma baixa qualidade de resolução e se estiver muito alto há uma super exposição de luz, que também desfavorece a fotografia. Antes ele estava todo abaixado agora tem- se que subi- lo. À medida que ele vai subindo, clareia, mas diminui o campo e as bordas ficam embaçadas. Forma uma figura octagonal no fundo e as bordas ficam nítidas. Quando forma ângulos (como “quininhas”), significa que a altura certa do condensador foi encontrada, ao observar uma figura meio octagonal, pois percebe- se as bordas nítidas e os ângulos entre os lados. 

Feito isso, abre- se o diafragma da fonte de luz (o que tinha sido fechado primeiro). A função do diafragma é iluminar todo o canto: À medida que o abrimos, o branco foi aumentando e o preto diminuindo. Depois que a altura correta do condensador foi encontrada o próximo passo é centralizar a luz do condensador. O condensador possui dois parafusos que vão permitir fazer a centralização (o ajuste da luz). Cada um destes parafusos dão movimentos para lados diferentes- esquerdo e direito. A medida que a luz vai crescendo, se ela está centralizada, significa que ela vai crescer ao mesmo tempo em todas as bordas. Se o preto que está ao redor ficar desproporcional, significa que o condensador não está centralizado, sendo assim os parafusos do condensador servem para nivelar os lados de forma proporcional. Quando o branco crescer igual (todos os lados ao mesmo tempo) é porque está correto. O único botão que poderemos mexer em relação à luz a partir deste momento é o que se localiza ao lado da base do microscópio, botão o qual dará intensidade (muita luz/ pouca luz). Para finalizar temos que abrir o diafragma do condensador para o último ajuste referente à parte de luz. Em termos de altura e centralização da luz está tudo certo.

Agora está tudo pronto para colocar a lâmina a qual tem- se apenas ajustar o foco (Macrométrico e micrométrico). 

Vimos o corte de uma folha. Ela estava na diagonal e com ressalva da professora Flávia, para trabalho científico não deve- se tirar nada torto, isso não é recomendável. A posição para fotografia de microscópio correta é o mesmo padrão que usamos para as convencionais: Paisagem ou retrato. Um parafuso que está preso à mesa do microscópio, quando solto, permite o deslocamento da mesa, “girando” assim o corte. Não é todo o microscópio que fornece esta platina. Alertou- nos também para que eventual compra de um microscópio, antecipar o pedido da mesa móvel, porque se não pedir, não vem. 

Utilizamos, inicialmente, a objetiva de 4x com uma ocular de 10. As objetivas podem variar de tamanho: 4x, 10x, 20x, 40x, 100x assim como também há oculares de 15, 20. Na hora de comprar, podemos escolher tais itens, por isto a importância de entender sobre as variações que o microscópio possui. 

No aumento da objetiva de 4x, vemos uma grande parte do corte (Nerium Oleander (Espirradeira)), mas o detalhamento de células para quem não conhece, não identificará com facilidade. É possível observar cores, espessuras e organizações diferentes, mas a definição do que é cada célula ainda é complexa. Na objetiva de 4x, temos um todo, uma amplitude do corte, um aspecto bem geral, porém perdemos em detalhes. A parte “gordinha” vista no microscópio é a nervura principal da folha e a parte do lado mais comprida é o verde achatado que observamos a olho nu.


Na próxima objetiva (40x), como mostra a figura 02, ganhamos em detalhes, mas perdemos o foco do lado dos cortes. Na parte azul clara dá para perceber a espessura da parede, muito mais grossa do que a outra. Para sabermos especificarmos o tecido que está sendo observado é preciso atentar- se aos detalhes que a imagem fornece como espessura, característica da parede celular, entre outros. Na figura 02 onde está a coloração azul mais claro e com várias células redondas, empilhadas umas nas outras está localizado o xilema (Tecido de condução de água e sais minerais- Seiva bruta); Já as células menores que estão situadas tanto de um lado e do outro do xilema são floema (Tecido de condução de substâncias orgânicas- Seiva elaborada), a qual a seta indica. 


Dependendo da objetiva ganho em detalhe, mas perco em conjunto ou então ganho o conjunto e perco em detalhes. Para cada aumento vemos a mesma célula em tamanhos diferentes, por isso é importante trabalhar com escala em Anatomia Vegetal ou Histologia. Em artigos científicos geralmente na base de cada imagem tem riscos que correspondem a escala em micrometros (µm). Essa escala é obtida no microscópio primeiramente. Existe uma lâmina chamada lâmina micrometrada (vem de micrometros). Se 0,01 milímetro (mm) é igual a 1.000 micrometros (µm), cada parte da lâmina que é divida em 0,01mm corresponderá á 10 µm de um pedaço a outro, por isto, lâmina micrometrada. 

Quando for fotografar: primeiro tem que fotografar a lâmina micrometrada em todas as objetivas com a ocular que estiver usando. Então cada foto que tirar, terá que anotar a objetiva e a ocular, porque se eu tenho a escala no mesmo conjunto que tenho a imagem, eu consigo saber quantos micrômetros a célula tem. 

Para isso existem alguns programas que permitem fazer este tipo de ajuste. O “Image J” (Aplicativo para processamento de imagens científicas) é um programa gratuito disponível para download e ele faz esta relação: Primeiro coloca a foto da escala, traça uma linha, depois transfere a linha para a foto da planta que você fotografou então você consegue colocar a sua escala na sua foto. A escala é extremamente importante. 

O microscópio multiusuário utilizado para esta aula de técnicas para uma boa fotografia de microscopia possui um item muito interessante, como se fosse uma pequena alavanca que quando movida para baixo faz surgir uma seta.


Apenas neste aumento é possível ver estes requintes de detalhes. Se sairmos da objetiva de 40x e passarmos para a objetiva de 10x ou de 4x o máximo que veremos serão pequenas partes, mas não enxergaremos as células com riqueza e nitidez de detalhes. A seta pode ser verde ou vermelha dependendo da coloração, por exemplo, quando tem- se uma coloração/ fundo muito vermelho o mais adequado é usar a seta verde e ao contrário a seta vermelha. 

Obviamente que cada item acoplado a mais, encarece o microscópio.

Portanto, estas foram algumas dicas para os ajustes do microscópio com o intuito de se obter uma boa fotografia.
Houve dificuldade ao tentar centralizar a luz, para que as bordas de luz encostassem ao mesmo tempo no preto. 

A seguir a definição de algumas partes do microscópio: 

Condensador: É o conjunto de lentes que regula a luz, assim concentrando e fornecendo luminosidade necessária à iluminação do objeto em estudo. Sempre a abertura numérica do condensador deve ser ajustada para a objetiva que está sendo utilizada, para que se obtenha uma melhor qualidade da imagem a ser fotografada.

Macrométrico: Permite movimentos de grande amplitude, rápidos, por deslocação vertical da platina. 

Micrométrico: Permite movimentos lentos da deslocação da platina para focagens mais precisas. 

Objetiva: É uma associação de lentes, situada no revólver, que é colocada na extremidade mais próxima do objeto, ampliando a imagem do objeto (projeta uma imagem real, ampliada e invertida). 


Ocular: É uma associação de lentes que é colocada na extremidade do tubo, mais próxima do olho do observador e que recebe a imagem da objetiva, ampliando-a e tornando-a visível (fornece uma imagem ampliada, direita e virtual). 

Platina: Plataforma onde se colocam as preparações a observar. Tem no centro uma abertura – janela da platina – destinada à passagem dos raios luminosos. A preparação é fixada por duas molas ou pinças.

Canhão: Suporte cilíndrico da ocular. 

Revólver: Suporte de objetivas, fixado à extremidade inferior do tubo, que serve para facilitar a substituição de uma objetiva por outra, colocando-as por rotação em posição de observação. 


Referências


BITTENCOURT, Simone. Microscópio de luz. 2008. Disponível em: <http://www.neurofisiologia.unifesp.br/microscopiodeluz.htm>. Acesso em: 17 nov. 2013.

FERREIRA, Oliveira. Microscopia: Constituição e Funcionamento do Microscópio Óptico Composto. 2003. Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/biologia/front.htm>. Acesso em: 17 nov. 2013.

ImageJ. Aplicativo Java para processamento de imagens científicas. Disponível em:
< http://imagej.softonic.com.br/>. Acesso em: 13 nov. 2013.

LF Equipamentos Material Hospitalar: Acessórios. Disponível em: <http://www.lfequipamentos.com.br/produtos_detalhes.aspx?produtoID=1342&CategoriaID=28 >. Acesso em: 13 nov. 2013.

 

TEODORO, Thassia. Microscopia Óptica. 2012. Disponível em: <http://biomedicinaemacao-unip.blogspot.com.br/2012/02/microscopia-optica.html>. Acesso em: 13 nov. 2013.



VALIN, Allan. ImageJ 1.47 Disponível em:
< http://www.baixaki.com.br/download/imagej.htm>. Acesso em: 13 nov. 2013. 



Grupo composto pelos alunos: Jhonas Canhete, Ludmylla Gundim, Mirelle Oliveira, Priscila Carvalho e Rosana Rosa





Um comentário:

Flávia disse...

Pessoal, o objetivo da aula, que era a descrição detalhada da técnica de ajuste do microscópio para obtenção de uma boa imagem, foi atingido. Parabéns! Mesmo assim, gostaríamos de fazer algumas ressalvas: 1. a conversão de milímetros para micrômetros está incorreta. O certo é: 1 milímetro equivale a 1000 micrômetros; 2. apesar das informações sobre as partes do microscópio terem sido transcritas de outro site, pelo menos a fonte foi citada; 3. todas as figuras deveriam ter sido citadas no texto - vocês esqueceram algumas e 4. é importante fazer uma leitura prévia do texto antes da postagem, pois isto evita parágrafos confusos.