domingo, 22 de maio de 2011

Os tipos de corte a mão livre

Olá pessoal! O assunto que escolhi para tratar hoje são os tipos de corte que nós realizamos nas aulas práticas de Células e Tecidos Vegetais com a Profa. Dra. Flávia. Como o microscópio que utilizamos é o de luz, o material a ser observado deve estar bastante fino. Mas e aí? Como cortá-lo? Com o que cortá-los?
O estudo das características dos vegetais nos leva a entender melhor o papel de cada um deles e por isso no dizemos que é preciso entender o vegetal como um Continnum, um todo, ou seja, sob todos os aspectos, fisiológicos, estruturais e também as suas relações com o meio. Por a célula se tratar de uma estrutura tridimensional, é importante que se realizemos diversos cortes para observá-la em diferentes ângulos.
Como suporte para os cortes a mão livre, são utilizadas a medula do pecíolo da folha da Embaúba, a medula do caule do sabugueiro ou do girassol e também, como suporte mais comum, pedaços de isopor. Para realizar o corte, utilizamos lâminas de barbear que estejam novas, pois assim, o material cortado deve estar bem fino. Utilizamos o suporte, colocando o material entre dois pedaços de isopor, por exemplo, e cortamos com movimentos rápidos, para dentro e para a direita. Também podemos enrolar a folha no dedo e cortar com estes mesmos movimentos, em cortes paradérmicos.
Existem três tipos de cortes:


- Paradérmico: Este corte é superficial e paralelo à superfície do órgão e é utilizado em estudo da folha. Observação: pode-se realizar este corte na parte adaxial (parte de cima da folha, Fig. 1) ou abaxial (parte de baixo da folha, Fig 2).



- Transversal: temos uma visão interna. É feito perpendicularmente ao maior eixo do órgão (Fig. 3, Fig 4)

- Longitudinal: é feito paralelamente ao maior eixo do órgão. Existem dois tipos de corte longitudinal quando o órgão é cilíndrico: Radial, passa pelo raio e Tangencial, tangente ao raio do cilindro. (Fig. 4)



Fig. 1: Demonstração da realização de um corte paradérmico da face adaxial da folha de Costus spicatus conhecida popularmente como Cana de macaco.
Fonte: Arquivo pessoal


Fig. 2: Demosntração da realização de um corte paradérmico da face abaxial da folha de Costus spicatus, conhecida popularmente como Cana de macaco.
Fonte: Arquivo pessoal


Fig. 3: Demonstração da realização de um corte transversal da folha de Costus spicatus, conhecida popularmente como Cana de macaco.
Fonte: Arquivo pessoal


Fig. 4: Esquema demonstrando corte tranversal e longitudinal tangencial e radial.
Fonte: www.scribd.com/Apostila-de-aulas-praticas-anatomia-vegetal.htm



O objetivo desta postagem foi evidenciar apenas os tipos de cortes que realizamos à mão livre, pois após este procedimento, são feitos o clareamento dos cortes, bem como sua coloração, para melhor interpretação das imagens.
É preciso cuidado, evitando acidentes no laboratório e deve-se sempre levar em conta a biossegurança envolvida. Até a próxima postagem! Obrigada!

Um comentário:

Vera Lúcia. disse...

Pessoal, esta frase abaixo está confusa pois, na verdade os vários tipos de cortes é que nos permite entender melhor as características vegetais e não o contrário.
"O estudo das características dos vegetais nos leva a entender melhor o papel de cada um deles.."
Outra coisa é o sentido de "Continnum" pois, este termo é usado para dar idéia de que os tecidos de um orgão não estão isolados, restritos ao mesmo e sim em continuidade ao órgão seguinte,podendo apresentar uma organização diferente. Isso é diferente de analisar um vegetal sob vários aspectos, como o fisiológico, ecológico, anatômico.
Quanto às figuras, elas estão boas e a iniciativa de colocar fotos de arquivo pessoal também é interessante mas, elas não dão a idéia de movimento para dentro e direita e sim, da esquerda para a direita, ok?!